As casas modulares e pré-fabricadas, têm vindo a revelar-se como uma alternativa cada vez mais exequível à procurada das casas mencionadas como “tradicionais”.

E então uma questão ergue-se: Existe crédito habitação para casas modulares e pré-fabricadas?
As casas modulares são caracterizadas, essencialmente, pelo modo de construção, o qual é executado em fábrica, pelo contrário as casas convencionais, caracteristicamente em alvenaria, são executadas no terreno.
O comprador escolhe os módulos pretendidos a partir de um catálogo e a casa é construída a seu gosto. As opções são praticamente ilimitadas, podendo personalizá-la a seu belo prazer. Ao contrário do que se diz, a qualidade e segurança destas casas pode facilmente igualar as de uma casa tradicional, pelo que, representam uma alternativa de habitação perfeitamente fiável para qualquer família.
Alguns bancos aceitarão em conceder-lhe um Crédito Habitação para financiar a sua casa pré-fabricada/modular, com condições relativamente semelhantes a uma moradia convencional.

Existe no entanto um factor que ajuda na tomada de decisão dos bancos, o facto de esta pode ser fixa ou amovível. Caso seja amovível, tem a possibilidade de deslocá-la facilmente, no entanto, aos olhos das entidades bancárias as casas amovíveis representam um risco consideravelmente acrescido, pelo que, a probabilidade de um crédito lhe ser aprovado é muito menor.

Crédito para Casas modulares?

Neste momento a única solução de financiamento destinada especificamente a este tipo de habitação é o Crédito Habitação – Casas Pré-Fabricadas da Caixa Geral de Depósitos.

Através deste crédito poderá ter acesso a financiamento para compra ou construção de uma casa pré-fabricada, bem como para a realização de obras na mesma, quer seja para habitação permanente ou para habitação secundária.
Condições:

Necessidade de fazer a hipoteca da casa no crédito;
Prazo máximo de 25 anos, desde que a sua idade não exceda os 80 anos no final do crédito;
Taxa de juro base variável indexada à Euribor(TAEG de 2,2%) a 12 meses, acrescida de spread;
Taxa de juro base fixa(TAEG de 3,0%), de 5 a 25 anos, acrescida de spread, aplicável durante todo o prazo do contrato;
Taxa de juro mista (TAEG de 2,7%), com base fixa de 5 a 25 anos, acrescida de spread no período inicial e de base variável indexada à Euribor a 12 meses, acrescida de spread, no restante período;

 

Vantagens das casas modulares

Estas opções revelam-se dotadas de algumas características que podem fazer delas mais vantajosas face às alternativas convencionais. Para além de tipicamente elegantes, estas casas destacam-se nos seguintes aspectos:

Preço: Ao contrário do que muita gente pensa, as casas pré-fabricadas nem sempre são mais baratas do que as casas tradicionais. Geralmente, tendem a custar entre 1000 a 1500 euros por m2. No entanto, a possibilidade de poupar algum ocorre devido ao facto de, uma vez que são construídas em ambientes controlados, o valor acordado inicialmente é sempre o final, uma vez que não ocorrem os mesmos imprevistos que podem ocorrer com construções convencionais e que frequentemente exigem gastos extra.
Tempo de construção: Uma das principais vantagens das casas pré-fabricadas é o facto do seu tempo de construção ser muito mais reduzido do que o de uma casa tradicional. Uma casa pré-fabricada poderá estar pronta a habitar facilmente entre três a seis meses após a encomenda da mesma. Isto revela-se particularmente vantajoso para quem tem urgência em adquirir uma habitação.

Possibilidade de modificar facilmente a casa: Uma vez que é construída através de módulos, este tipo de habitação permite-lhe adicionar ou remover módulos a qualquer momento num curto espaço de tempo. Pode, por exemplo, comprar uma casa pré-fabricada apenas com um quarto, e se entretanto a família crescer adicionar um novo quarto no espaço de poucos meses. Este tipo de flexibilidade numa casa “convencional” é extremamente complicado.

As Desvantagens…

Há que ter, no entanto, em conta que há alguns pontos contra esta escolha. Esta casa exige um investimento inicial mais elevado (ao contrário do pagamento “por fases” em outras obras) e, além disso, há maior dificuldade de obter financiamento para casas pré-fabricadas.

O facto de não ter total liberdade na concepção do projeto é outra diferença para a construção de uma casa de raiz. Por fim, não se esqueça que ao comprar uma casa em madeira fica obrigado a maior manutenção, para garantir que o mau tempo não acelera o desgaste dos materiais.

Posso Ter Crédito Para Uma Casa Pré-Fabricada?

Embora não seja publicitado pelos bancos, excepto pela Caixa Geral de Depósitos, é possível obter financiamento para uma casa pré-fabricada. Nesta entidade existem algumas condições para a atribuição do crédito:

Terá de fazer hipoteca da casa no crédito;
O prazo máximo será de 25 anos, podendo ter um máximo de 80 anos de idade no final do crédito;
Pode optar por crédito com taxa fixa, variável (Euribor a 12 meses acrescido de Spread) ou taxa mista (taxa fixa na parte inicial e depois variável);
Redução do spread na contratação de outros produtos bancários CGD (por exemplo, cartões de crédito ou a domiciliação de ordenado).

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Quem procura um crédito habitação acaba sempre por ter de lidar com o spread, mas com poucas explicações sobre o que esta palavra significa ou como influencia o valor a pagar na prestação mensal. Ou até mesmo sobre o custo total imputado ao cliente.

Muitos portugueses têm créditos com spreads altos e estabelecem o objetivo de o reduzir de forma a pagarem menos. Contudo, importa saber, desde logo, que o spread é determinado de acordo com vários fatores, incluindo o risco de incumprimento por parte do cliente.

O que é o spread?

O spread, segundo o Banco de Portugal, é a “componente da taxa de juro que acresce ao indexante,” sendo este indexante a taxa de juro de referência. Em Portugal, esta taxa é a Euribor e representa a taxa estimada que os bancos da União Europeia cobrariam para emprestarem dinheiro entre si.

O crédito habitação tem assim uma taxa de juro definida por duas variáveis: o indexante e o spread. Dependendo do contato que fez, o valor do indexante – a Euribor – pode ir sendo atualizado trimestral, semestral ou anualmente. O spread, por norma, é fixo, mas pode sofrer alterações.

Segundo o regulador, o spread é livremente definido pela instituição de crédito para cada contrato, tendo em conta “o risco de crédito do cliente, o rácio entre o valor do empréstimo e o valor do imóvel, e o seu custo de financiamento”.

Assim, simplificando, o spread acaba por representar o lucro para a instituição de crédito, sendo que o seu valor depende de instituição para instituição e de contrato para contrato, visto representar, em parte, o risco assumido pelo banco.

Como a facilidade ou dificuldade que a instituição de crédito tem em financiar-se também está refletida no spread, em períodos de crise financeira em que o risco é maior e os bancos sofrem dificuldades, os spreads tendem a subir.
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Mas, o que é e como funciona o spread bancário?
Por definição, spread bancário é a diferença entre os juros que os bancos pagam quando você investe seu dinheiro, por exemplo, ao colocar suas economias na poupança ou aplicá-las em produtos de renda fixa, e os juros que os bancos cobram quando você faz um empréstimo ou um financiamento, para quitar dívidas ou adquirir bens.

Por exemplo, quando você aplica seu dinheiro na poupança e recebe um rendimento de 5% ao ano (taxa de juros de captação) e o banco cobra 25% ao ano para fazer um empréstimo para você, o spread bancário dessa transação é de 20% (25 – 5 = 20). Ou seja, quanto maior o spread bancário, maior será o lucro dos bancos nas operações e mais caro serão os juros que os clientes pagarão ao utilizarem empréstimos e financiamentos.

A grande polêmica que envolve essa operação está justamente no fato dessa diferença entre o que o cliente recebe ao investir e o que ele paga ao tomar dinheiro emprestado ser, aparentemente, exagerada à favor do banco.

É por esse motivo que o spread bancário é visto como vilão por muita gente. Mas, essa não é uma verdade absoluta. No spread bancário estão embutidos uma série de custos que não são visíveis ao cliente e que, no fim das contas, sustentam toda a estrutura da economia.